domingo, 22 de julho de 2007

“A Estrela Flamejante”

Apresentação:
O Aprendiz crê sem mudar de plano. Ele passa dos trabalhos materiais aos trabalhos concernentes as forças astrais. Aprende a manejar os instrumentos que permitem transformar a matéria sob o efeito das forças físicas manejadas pela inteligência. Aprende também que alem das forças físicas existem forças de ordem mais elevada, figuradas pelo resplendor da estrela. O Aprendiz se toma, assim, Companheiro, sendo então instruído nos elementos da história da tradição.
O Companheiro, à maneira dos antigos ofícios mecânicos, acha-se já suficientemente instruído para poder acompanhar o Mestre na maioria dos trabalhos.
O que ele ainda não fez, foi uma obra própria, inventiva, que lhe garantisse a mestria e a faculdade de ensinar outrem. "Acompanha", por isso, o Mestre. No simbolismo maçônico, representa o homem na sua juventude espiritual, robusto e capaz de iniciativas, mas ainda tímido na sua execução e pouco consciente das virtualidades que possui. Como se costuma dizer, "passa do fio de prumo ao nível", isto é, torna-se capaz de começar a relacionar os elementos do conhecimento com o cosmos em que se insere. Por isso, também, conhece a letra "G" e a Estrela Flamejante.
A Estrela Pentagonal, também é chamada de Pentalfa, palavra formada por penta (cinco) e alfa, a primeira letra do alfabeto grego e letra inicial dos vocábulos gregos utilizado para designar: ver, ouvir, meditar, bem agir e calar




A Estrela Flamejante
A Estrela Flamejante poderá ser de cinco pontas, pentagonal, ou de seis pontas, hexagonal.
A estrela-símbolo tem sua origem na antiga Mesopotâmia onde três estrelas, dispostas em triângulo, representavam a trindade divina: Shamash, Sin e Ichtar (respectivamente: Sol, Lua e Vênus). Entre os antigos hebreus, toda estrela pressupõe um anjo guardião; e, segundo os chineses, cada ser humano possui uma estrela no céu.
A Estrela de Cinco Pontas - Pentagonal
A Estrela de Cinco Pontas, o tríplice triângulo cruzado é, originariamente, um símbolo da magia, o qual sempre aparece, em seus diversos ritos. Comum a todas as civilizações tradicionais, o desenho de uma estrela de cinco pontas - estrela dos magos - ou pentagrama, é a matriz do homem cósmico, o esquema simbólico do homem nas medidas do universo, braços e pernas esticados, do microcosmo humano. É a estrela flamejante dos herméticos, cujas cinco pontas correspondem á cabeça e aos quatro membros do Homem. E, como os membros executam o que a cabeça comanda, a estrela pentagonal é também o símbolo da vontade soberana à qual nada poderia resistir, de poder inquebrantável, desinteressado e judicioso.
Este é um conceito que procura refletir, em termos de estado de consciência, um equilíbrio ativo e a capacidade de compreensão, que deve possuir cada ser humano, para transformar a si mesmo num centro irradiante de vida, como uma estrela no firmamento.
De acordo com a colocação de suas pontas, na magia, ela significa uma operação de magia branca, ou teurgia - com uma ponta isolada, voltada para cima e duas para baixo - ou de magia negra, goécia, nigromancia, ou feitiçaria - com inversão, em relação à posição anterior. No primeiro caso, ela atrai as influências celestiais, que, por seu poder mágico, virão em apoio ao mago. No segundo caso, atrai as influências astrais maléficas.
No caso da magia, a missão principal do uso do pentagrama é testemunhar a obra que se está fazendo: sendo uma obra de luz, a ponta única da estrela estará voltada para cima; se for uma ação das trevas, a posição estará invertida.
Para os ocultistas, todos os mistérios da magia e da alquimia ocultam, todos os símbolos da gnose e todas as chaves cabalísticas da profecia resumem-se no pentagrama, que Paracelso - cujo verdadeiro nome era Aurelius Teophrastus Bombastus von Hohenhein - alquimista do século XVI, proclamava como o maior e o mais poderoso de todos os signos.
O nome de Estrela Flamejante foi dado, à Estrela de Cinco Pontas, pelo teólogo, médico e alquimista alemão, Enrique Cornélio Agrippa de Neteshein, nascido em Colônia, no final do século XV e que também se dedicava à magia, à alquimia e à cabala.
Em maçonaria, a Estrela Flamejante só foi introduzida na metade do século XVIII, na França - consta que a iniciativa foi do barão de Tshoudy - sendo um símbolo totalmente desconhecido das organizações medievais de ofício e dos primeiros maçons aceitos.
No âmbito maçônico ela tem sido mais associada às escolas pitagóricas. Mas convém lembrar que Pitágoras também era dedicado à magia, não sendo estranha, portanto, a adoção da estrela pentagonal como símbolo distintivo de sua comunidade. Com a sua ponta única voltada para cima, nela se inscreve a figura de um homem - daí ser chamada de estrela hominal - como símbolo das qualidades espirituais humanas; em posição invertida, com a ponta isolada voltada para baixo, nela se inscreve a figura de um homem, com a cabeça para baixo, ou a de uma cabeça de bode, representando, em ambos os casos, os atributos da materialidade e da animalidade.
Encontrada entre o esquadro, que serve para medir a terra, e o compasso, que serve para medir o céu, a estrela simboliza o homem regenerado, o Companheiro, em sua integridade.
Em Loja, a Estrela Flamejante fica colocada ao Sul, pendente do teto, ou nele pintada - também pode ser colocada na parede Sul - ocupando posição intermediária entre o Sol, no Oriente, e a Lua, no Ocidente, como representação do planeta Vênus.
Há, também, uma explicação mística, para essa posição: o 2º Vigilante da Loja, que fica na Coluna do Sul - a da Beleza - ou do Meio-Dia, é, na correspondência das Dignidades e Oficiais da Loja com os deuses do panteão greco-romano, assimilado a Afrodite (Vênus romana), deusa da beleza, do amor e do casamento. Para o Rito Moderno, a Estrela é a estrela Polar, guia dos navegantes, simbolizada como guia dos Companheiros Maçons.


A Estrela de Seis Pontas - Hexagonal
A Estrela de Seis Pontas, ou Hexagonal, ou Hexagrama, é a Estrela Flamejante (Blazing Star) do rito inglês, estando presente no Painel Alegórico do grau de Companheiro Maçom, embora algumas instruções do rito façam diferença entre a estrela flamejante (pentagonal) e o hexagrama.
Composto por dois triângulos eqüiláteros superpostos, um de ápice superior e um de ápice inferior, o hexagrama é um símbolo universal. Para os hindus, ele representava a energia primordial, fonte de toda a criação, exprimindo a penetração do yoni pelo lingam, ou união dos princípios feminino e masculino. Yoni é uma palavra sânscrita, que designa o símbolo do órgão sexual feminino, no hinduísmo; é representado, geralmente, por um triângulo invertido, com uma pequena depressão na superfície, a qual permite a inserção do lingam. Yoni simboliza, também, o princípio feminino, ou o aspecto passivo da natureza. Lingam também é um termo sânscrito e não é apenas o sinônimo do falo, mas, sim, a representação da integração entre os dois sexos, simbolizando o poder generativo do universo.
Todavia, desde a mais remota Antiguidade, a estrela hexagonal era o símbolo do matrimônio perfeito, porque as duas naturezas - os dois triângulos - a masculina e a feminina, interpenetram-se e se harmonizam, para formar uma figura inteiramente nova (a estrela). Todavia, apesar da perfeita interação, ambos os princípios originais conservam a sua individualidade. Como no matrimônio, ou conúbio: um macho e uma fêmea, que se juntam, para criar uma nova figura (uma nova vida), sem que cada um deles perca a sua individualidade.
Algumas instruções do rito inglês, altamente místicas, afirmam: Cinco nasceu de quatro; Seis é formado pelo ambiente sintético, emanado de Cinco. A atmosfera psíquica, que envolve nossa personalidade, compõe-se, sob o ponto de vista hermético, da água vaporizada pelo fogo, ou de água ígnea, ou seja, do fluido vital , carregado de energias ativas. Essa união do Fogo e da Água é representada, graficamente, pela figura muito conhecida do Signo de Salomão. Dos dois triângulos entrelaçados, um é masculino-ativo e o outro é feminino-passivo. O primeiro simboliza a energia individual, o ardor que emana da própria personalidade; o segundo, representado por um triângulo invertido, em forma de taça, destina-se a receber o orvalho depositado pela umidade, através do espaço. A Estrela Flamejante corresponde ao microcosmo humano, ou seja, ao homem, considerado como um mundo em miniatura, enquanto os dois triângulos entrelaçados designam a estrela do macrocosmo, ou seja, do mundo, em toda a sua infinita extensão.

Conclusão:
Tem-se afirmado que a Estrela Flamejante traduz a luz interna do C.·. M:. ou que representa o próprio homem Maçom dotado da luz divina que lhe foi transmitida. A estrela de cinco pontas é então a força que impulsiona o companheiro em direção das suas metas e da sentido as suas realizações, o numero cinco a qual a estrela faz alusão se funde na alma do companheiro que uma vez elevado a um patamar mais alto pode vislumbrar as luzes desta estrela e pode-se então guiar por esta luz pra que a sua caminhada que já é longe das trevas do mundo profano possa se refinar e dar sentido a sua obra interior, absorvendo a luz desta estrela que representa o corpo humano e utilizando a quintessência o companheiro desperta para as luzes do saber e da compreensão da humanidade e do sentido oculto do saber e do realizar.

BIBLIOGRAFIA:

ASLAN, Nicola. "Estudos Maçônicos sobre Simbolismo" - Editora Aurora - Rio de Janeiro - 4a Edição.

ASLAN, Nicola. "Grande Dicionário Enciclopédico de Maçonaria e Simbologia" – 1ª Edição - Rio de Janeiro - Editora Artenova - 1976.

BOUCHER, Jules. A Simbólica Maçonica. 10ª Edição, São Paulo, Editora Pensamento;

CASTELLANI, José; RODRIGUES, Raimundo. “Cartilha do Grau de Companheiro” – Editora A Trolha Ltda. – São Paulo – 1998.

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